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Empreendedoras brasileiras pagam juros mais altos e têm acesso limitado ao crédito, com taxas médias de 40,6% ao ano, refletindo desigualdades do mercado

Apesar de arcarem com custos maiores, as mulheres obtêm menos recursos, refletindo desigualdades estruturais que impactam diretamente suas operações. Foto: Midjourney

Mulheres que lideram pequenos negócios (MEI, micro e pequenas empresas) no Brasil, incluindo empreendimentos no setor de bares e restaurantes, enfrentam condições de crédito significativamente mais desfavoráveis em comparação com os homens.

De acordo com um estudo do Sebrae, as taxas de juros para empreendedoras ultrapassam 40% ao ano, enquanto empresas lideradas por homens pagam, em média, 36,8%. Além disso, as mulheres acessam menos recursos, uma realidade que impacta diretamente a capacidade de expansão e inovação dos negócios femininos nesse setor.

As disparidades não se limitam às taxas de juros. O estudo também revela que as empreendedoras representam quase 40% das operações de crédito realizadas no primeiro trimestre de 2024, mas recebem apenas 29,4% dos recursos financeiros disponíveis. Essa diferença é ainda mais significativa quando observamos que a inadimplência entre negócios geridos por mulheres e homens é praticamente igual, com índices de 7,6% e 7,1%, respectivamente.

Em estados como Rio de Janeiro, Sergipe e Ceará, a diferença nas taxas de juros é particularmente gritante. Por exemplo, enquanto a média paga por pequenos negócios no Rio de Janeiro é de 47,96% ao ano, as microempreendedoras individuais enfrentam taxas de 60,49%. Essas condições desiguais representam um desafio adicional para as mulheres que buscam se consolidar no mercado.

Fatores estruturais e culturais

As razões por trás dessas disparidades vão além das simples questões econômicas. Margarete Coelho, diretora de administração e finanças do Sebrae, em entrevista para a Agência Sebrae destaca que fatores estruturais e culturais desempenham um papel significativo na perpetuação dessas desigualdades.

Preconceitos implícitos, responsabilidades domésticas desproporcionais e falta de apoio institucional contribuem para que as mulheres tenham menos tempo e recursos para investir em seus negócios.

“Não estamos diante de aspectos estritamente econômicos. Há componentes estruturais que precisam ser reconhecidos, para o desenho e a implementação de ações, no âmbito público e privado, tais como os próprios papeis de gênero estabelecidos, que tendem a desvalorizar as capacidades empresariais das mulheres, resultando em um preconceito implícito por parte das instituições.”

Modalidades de crédito e seus impactos

Além de enfrentarem juros mais altos, as empreendedoras costumam recorrer a modalidades de crédito mais onerosas, como o uso de cartão de crédito. Embora seja uma opção de fácil acesso, o cartão de crédito costuma vir acompanhado de taxas estratosféricas, agravando ainda mais a situação financeira dessas empresárias.

Para as empreendedoras de bares e restaurantes, essas condições desiguais no acesso ao crédito representam um obstáculo significativo. Sem um crédito acessível e justo, as empreendedoras do setor ficam em desvantagem, comprometendo sua capacidade de competir e crescer no mercado.

Dessa forma, superar essas barreiras é importante para permitir que mais mulheres possam prosperar e contribuir para o desenvolvimento econômico do país.

*Conteúdo feito com informações da Agência Sebrae

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